O sonho é uma experiência mental com significados distintos. Todos temos a habilidade de sonhar; de noite, de dia, de diferentes formas, em diferentes ocasiões.
Com miríades de significados – conscientes (ou inconscientes) -, sonhamos com coisas materiais ou imateriais; com frio, suor, medo do desconhecido ou adrenalina da ficção…
Há diversos tipos de sonhos. Eu tenho os meus e a B16 tem os seus.
Já concretizei muitos dos meus e tenho inúmeros dentro de mim que acredito acontecerão em breve: uma pick up de 5 lugares, uma casa de madeira com cães e galinhas, uma viagem de ondas perfeitas e a volta ao mundo na melhor companhia.
Já tive muitos. Já materializei muitos. Já me conformei com a falta de tantos outros.
Mas há um que ainda falta acontecer. Pela segunda vez. Pela terceira, pela quarta, até ser possível.
Foi a minha filha quem mo transmitiu no dia em que nasceu.
A B16 também tem diversos significados: o Bruno que faz anos a 16 de Fevereiro, a nova empresa de branding que nasceu em 2016, o código de conduta dos samurais “bushido” aplicado em tudo o que a B16 faz, ou a materialização do conceito “be sixteen everyday” no nosso trabalho. É neste último, autoria de P. Kotler num dos seus manuais, que nos diz que a partir dos 16 anos somos capazes de materializar os nossos sonhos (a compra da bicicleta através da poupança ou do trabalho, a namorada através da sedução, o abraço através da vontade, aquela coisa, naquele momento).
Gostamos de provar aos nossos Clientes que sonhamos com os pés no chão, mas com o universo como limite. Desenhamos narrativas cá ou lá, sempre com o propósito de satisfazer os seus (deles) sonhos.
E o meu sonho – aquele que a minha filha me fortaleceu – também faz parte do ADN da B16. Está na nossa Visão, na nossa Missão, nos nossos Valores. Cada membro da equipa sente-o e trabalha-o com o propósito diário de que venha a acontecer novamente.
A mensagem que aqui pretendo passar é simples: devemos todos mover-nos por causas que fazem bem ao mundo. Que tornem o planeta melhor. Que fortaleçam as relações entre as pessoas. Que ajudem o próximo. Que melhorem a qualidade de todos, mesmo que por mais pequena que seja a nossa missão.
E tanto que há por dizer deste nosso Sonho…
A pele arrepia só de pensar nos minutos que antecederam a entrada das crianças no reconstruído Jardim Infantil de Inhagóia. A Escolinha que reconstruimos em 2015. O nosso primeiro projecto.
Ao lembrar-me das crianças a brincarem nos baloiços, a correrem, a rebolarem pela areia limpa, a pularem pelos pneus.
A usar as infraestruturas sem perceber como alteramos as suas vidas para sempre naquele segundo.
E ao lembrar-me dos nossos patrocinadores, dos nossos trabalhadores e dos nossos apoiantes a viverem-no. A chorarem-no.
Foi ali, naquele preciso momento, que se ferraram as amizades para todo o sempre. Até hoje!
Porque fizemos em conjunto. Porque nos demos ao trabalho. Porque foi feito por pessoas da própria comunidade. Com o mesmo amor que nós.
Porque ficou.
Produzimos dois conteúdos de vídeo maçudos que nos contam como foi viver esse momento. Não os vejam sem tempo. Não é um conteúdo para a geração Z, sem tempo ou atenção. Não é um conteúdo “swap up”. É um conteúdo, com conteúdo.
Em 2020, nasceu uma vontade enorme de voltar e regressar a Moçambique. Produzimos mais um conteúdo de vídeo com a ambição de sensibilizar os presentes para a nossa vontade de os concretizar novamente. Preparámo-nos e estivemos prestes a comprar bilhete de avião… em Março de 2020. Quando a crise mundial do bicho maluco chegou… Apesar de ser bem mais curto, também este não é um conteúdo de “swap up”. É de sofá, pipocas e atenção.
Hoje, volvidos 8 anos, o sentimento perdura, mais forte, estruturado e emocional.
Volto a lembrar-me que as crianças não têm culpa de nada, nem nunca tiveram.
Elas estão lá. Sem saber o que é um sonho. Sem saber que podem e devem sonhar…
E eu estou cá, no meu leito, a viver o meu sonho sem elas.
Inalo a minha ambição de legado, olho para os olhos da minha filha e sinto as forças que podem catapultar este sonho.
Reconstruir Moçambique!
Eu já sonhei. E tu?