Os samurais destacaram-se socialmente não apenas pelas suas funções militares. Compreende o papel dos samurais no Japão feudal.
Sempre que se fala em samurais é comum associar-se o seu nome a guerras, combates e lutas. Efetivamente, porque os samurais se notabilizaram e ficaram para a história como hábeis lutadores e principais influenciadores das artes marciais que ainda hoje cativam praticantes um pouco por todo o mundo.
Porém, importa dizer que ao longo da sua existência e na sociedade em que estavam inseridos, os samurais exerceram muitas outras funções além da militar, principalmente em períodos em que não havia guerras e, por isso, razões para combater.
Perceber esta outra vertente da vida dos samurais ajuda-nos a entender de que maneira a sua filosofia pode ser incorporada no nosso dia a dia pessoal e profissional.
Para lá do combate militar…
Num contexto de paz, os samurais encontraram outras funções, essenciais à sociedade nipónica e, para assumirem esses outros cargos, foi fundamental apostarem na sua formação intelectual e técnica, de modo a serem capazes de exercer tarefas no âmbito educativo e administrativo.
Uma dessas tarefas consistia na gestão das propriedades do Daimiô a quem serviam. Mas não só. A principal função do samurai era servir o seu senhor. Por isso, estas figuras também foram responsáveis por fazer a cobrança de impostos, servir a corte e até serem mensageiros.
Assim, não é de admirar que muitos samurais tenham sido professores de membros da elite, ensinando nomeadamente artes marciais, táticas militares, filosofia, educação moral, entre outras disciplinas.
Houve ainda samurais que assumiram o papel de conselheiros do imperador e outros que se tornaram membros da nobreza.
Como era (é) ser um samurai?
O legado deixado pelos samurais vai muito além da história e da habilidade guerreira destas figuras. Como ficou patente anteriormente, num momento em que a força militar não era tão necessária, os samurais souberam adaptar-se e preparar-se para dar resposta a outras funções e tarefas que não a guerra.
Essa é uma lição fundamental para quem vive num mundo onde tudo é tão volátil e a nossa necessidade de nos adaptarmos e readaptarmos aos mais diversos contextos é uma constante.
Mas os paralelismos entre as responsabilidades dos samurais e as necessidades da sociedade atual não ficam por aqui…
Em todas as funções assumidas por estas figuras estavam latentes os valores do Bushido (de que já falámos no DOJO) e que são princípios que permanecem atuais e essenciais numa sociedade que se queira íntegra e respeitadora.
Muitas vezes, ouve dizer-se que um dos problemas das sociedades contemporâneas (nomeadamente das ocidentais) é a crise de valores em que elas se encontram mergulhadas.
Frequentemente, o problema não reside em ter os valores errados, mas sim em não ter quaisquer valores. Por seu lado, os samurais são um exemplo não só de valores sólidos e estruturantes, como de respeito por esses valores.
Não havia nada que desviasse os samurais dos seus princípios. Os samurais estavam dispostos a abdicar da sua própria vida para defenderem o seu mestre ou para não porem em causa os valores em que acreditavam.
Neste sentido, o papel social dos samurais poderia (e deveria?) servir de inspiração para todos nós, enquanto membros de um clã.
Serão os criativos os samurais do século XXI?
O samurai apresenta-se como uma figura não só com valores, mas também hábil na capacidade de solucionar problemas e enfrentar desafios.
Fazendo uso da força física e da inteligência emocional e estratégica, o samurai foi capaz de se adaptar às mudanças sociais do seu tempo, tornando-se numa peça fundamental naquele período histórico.
Nos nossos dias, com o avanço tecnológico, o poder das redes e o domínio da comunicação digital, os criativos da área do marketing tornaram-se em elementos essenciais para o sucesso de todas as empresas que ambicionem ter uma presença digital.
Enquanto membros da B16 – The Creative Clan sentimos que muitas vezes, como os samurais, temos uma necessidade constante de nos ajustar aos diferentes requisitos de quem nos procura, bem como à mudança dos tempos que, como dizia o poeta, também trazem novas vontades.
Assim como os samurais, assumimos um compromisso de honra e de lealdade para com cada cliente com quem estabelecemos uma relação de colaboração. Para nós, é fundamental que essa relação assente em princípios de respeito, compromisso e transparência.
Quando elaboramos um plano estratégico de comunicação para uma marca, estamos a definir medidas a tomar, tal como um samurai quando estudava os passos a dar para vencer uma guerra.
É necessário ser metódico, trabalhar em equipa, ser resiliente e querer ser sempre melhor, mas também acautelar imprevistos e saber ultrapassá-los. É necessário não ter medo ou, a tê-lo, é preciso enfrentá-lo. Encontrar no insucesso uma aprendizagem que tornará o sucesso mais próximo e provável.
Por isso, intitulamo-nos como um clã criativo. Porque se, por um lado, trabalhamos no ramo das ideias, da novidade e da imaginação; por outro lado, identificamo-nos com a ideia de comunidade, de união, de trabalho em equipa para um fim comum, tal como acontecia nos clãs do tempo dos samurais.